FESTA DE SÃO GONÇALO LEVOU DEZENAS DE PESSOAS ÀS RUAS DE TAIRU

No sábado, dia 11, às 16h30, a Capela de Santo Antônio foi palco da missa em homenagem ao padroeiro dos pescadores, São Gonçalo. A celebração, iniciada com o toque do sino, foi uma prece fervorosa da comunidade pesqueira de Tairu, marcada por tradição e devoção.

Fonte: Gilsimara Cardoso/Jornal Atualize

Essa fé é personificada por Maria José, de 93 anos, que não contém as lágrimas ao ver a imagem de São Gonçalo chegar à praia, carregada pelos braços dos pescadores. Para ela, o momento é um ritual sagrado que carrega a memória de 50 anos da Procissão de São Gonçalo. Silenciosa, Maria José observa as redes sendo levadas ao barco, enquanto suas lágrimas expressam uma vida inteira de conexão com a tradição.

Fonte: Gilsimara Cardoso/Jornal Atualize

A comunidade de Tairu tem sua história profundamente enraizada no mar e na pesca, herança transmitida por gerações. Dona Lêda, uma das matriarcas da família Lima, participa há anos da procissão. “Como mães, ficamos muito felizes em celebrar essa festa. Pedimos a São Gonçalo que nos proteja e nos dê forças para manter essa linda tradição.”

A festa é uma demonstração de gratidão dos pescadores pela fartura no último ano e de esperança por prosperidade nos tempos que virão. Dona Júlia Lima e dona Novita Monteiro, embora já não assumam a organização do evento, continuam sendo figuras essenciais para preservar sua importância histórica e cultural. Novita, por exemplo, contribuiu com as saias das sambadeiras, enfrentando contratempos, como a quebra da máquina de costura dias antes da celebração. “Foi uma correria, mas no final deu tudo certo”, relembra.

Fonte: Gilsimara Cardoso/Jornal Atualize

O presidente da comissão organizadora, Marcos Mota, destaca o esforço para confeccionar as saias de forma antecipada, viabilizado por rifas realizadas desde o início do ano passado. “Decidimos padronizar as saias como presente para as sambadeiras e começamos a arrecadação em janeiro.”

Este ano, a festa trouxe novidades: ganhou um dia extra e os participantes puderam adquirir camisas e chapéus de palha. Apesar das previsões de 90% de chuva para o fim de semana, a fé transformou o cenário. O tempo nublado deu lugar a um clima ameno, e a procissão seguiu seu curso, enquanto o mar, calmo, revelava cardumes de pititinga.

Fonte: Gilsimara Cardoso/Jornal Atualize

Rita Lima, uma das sambadeiras, abençoou as redes com água benta antes de elas serem lançadas ao mar, sob o olhar atento e respeitoso dos pescadores. Entre os presentes, a turista argentina Karina Gomez, em sua primeira visita a Vera Cruz, ficou encantada com a celebração. “A música, as flores e as pessoas… tudo foi maravilhoso. Os pescadores são simples e felizes”, comentou.

Luciana Pereira, uma das poucas mulheres pescadoras de Tairu, reforçou a importância da festa e de sua profissão. “A pesca é minha vida. Vivo dela e sustento minha família. Que São Gonçalo nos proteja.”

Fonte: Gilsimara Cardoso/Jornal Atualize

A Festa de São Gonçalo é realizada por uma comissão formada anualmente por 12 integrantes da comunidade, eleita no final da procissão. Este modelo de organização fortalece o evento como parte fundamental da identidade de Tairu.

O secretário de Cultura e Turismo de Vera Cruz, André Reis, também esteve presente e ressaltou a relevância do apoio público a eventos como este. “A Festa de São Gonçalo é uma demonstração da riqueza cultural do município e de como a comunidade é capaz de manter vivas suas tradições. Esses festejos não só promovem nossa cultura, mas também reforçam a economia do mar, essencial para a região.”

Fonte: Gilsimara Cardoso/Jornal Atualize

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