Zé da Garaiada
Quem não conheceu essa figura ímpar? Um personagem engraçado e enigmático, que vivia o tempo todo — fosse sol ou chuva, frio ou calor — sem camisa e com uns shorts curtos e apertados, deixando bem delineado o “mói dos ovos”.
O Omi tinha o juízo meio fraco, não enxergava quase nada, mas jogava dominó como poucos.
Certa vez, durante um carnaval, ele fez amizade com umas veranistas — bonitas, educadas e engraçadas. Essas moças, em tom de brincadeira, deram o número de telefone para ele. Logo após a partida delas para Salvador, Zé da Garaiada resolveu usar a única ficha telefônica que tinha para fazer contato.
Imaginem só: Zé da Garaiada, com a visão ruim, o telefone público no escuro, o barulho alto ao redor, e uma ficha que só durava três minutos. Ele gritava:
— Alô! É o Zé!
— Alô! É o Zé!
— Alô! É o Zé!
Até que outro Zé, comerciante e morador local, gritou:
— Diga que é Zé da Garaiada, Mizera!
Essa intervenção arrancou gargalhadas de todos que estavam por perto.
Outra vez, levaram Zé da Garaiada para tentar obter o benefício da aposentadoria. Ao chegar no posto do INSS, ele foi chamado pelo nome de batismo, mas insistia em dizer que seu nome era Luiz Ailo, um nome inventado pelo pouco juízo que tinha.
O funcionário chamava pelo nome oficial, e Zé, teimoso, repetia incansavelmente:
— Meu nome é Luiz Ailo!
Essa atitude fez com que ele não conseguisse receber o benefício da aposentadoria.
Ass: Um Eterno Veranista